01/05/2012

LI - plano de trabalho


A disciplina Literatura Infantil, no segundo ano do Curso Normal em nível médio, ocorre em 2h/a por semana, perfazendo um total de 66 h/a anuais.

Para o espaço/tempo da escola e/ou para outros espaços/tempos (na web, por exemplo), traço o seguinte plano¹ de trabalho:


Ementa:

Estabelecimento de relações entre o ato de ler e as estratégias de leitura. Revisão do conceito e da finalidade da literatura. Busca de compreensão do caráter estético, artístico da produção literária destinada ao público infantil. Explicitação da tipologia de textos literários e do papel da ilustração nos livros infantis. Estudo e leitura de obras da literatura infantil brasileira, considerando os aspectos estéticos, lúdicos e composicionais da narrativa e da poesia. Investigação sobre os subsídios para a seleção apropriada de textos. Reconhecimento de que a formação do aluno-leitor pressupõe um professor-leitor. Reflexão sobre a função do professor como mediador de leitura. Desenvolvimento de uma metodologia que estimule o aluno a construir uma história de leitura, estabelecendo relações entre as obras e a vida, com autonomia, criticidade. Produção de roteiros de leitura de textos narrativos e poéticos.


Objetivos:
  • Despertar, no futuro professor, a paixão pela leitura de textos literários, necessária para fomentar o interesse, a motivação e o encantamento nos (futuros) alunos.
  • Promover o embasamento teórico que subsidiará a seleção apropriada de textos e o desenvolvimento de atividades  de mediação de leitura.
  • Provocar discussões pedagógicas e/ou de cunho sócio-político, a partir dos assuntos e das ideias veiculados pelos textos de literatura infantil.
  • Oportunizar a vivência de situações de leitura através da abordagem de diferentes textos literários.
  • Propor atividades que propiciem  a leitura crítica, buscando a intencionalidade dos textos e a relação destes com a realidade.
  • Criar, planejar, realizar  e avaliar situações didáticas, utilizando o conhecimento sobre literatura infantil, em que ocorra o estímulo dos (futuros) alunos a ser sujeitos da criação tanto na leitura quanto na produção a partir dos textos lidos.
  • Trabalhar em uma perspectiva interdisciplinar, percebendo  a Linguagem - língua portuguesa e literatura infantil - como um elo entre os conhecimentos na busca por uma formação integral dos sujeitos.

Práticas:
  • Atividades de produção escrita: resenhas e relatórios de leitura, anotações a partir de vídeos e de aulas expositivas.
  • Atividades  de leitura: leitura  compartilhada no início das aulas, feita pela professora e pelos alunos, buscando o prazer, a fruição que o texto literário proporciona;  contação de história utilizando recursos criativos;  leitura extensiva como forma de consolidar a paixão pelo texto literário e  a capacidade de perceber a importância da literatura para o processo de autoconhecimento e de conhecimento de mundo.
  • Atividades de pesquisa, em diferentes fontes (na web, em livros, em revistas...) sobre os temas desenvolvidos em aula, a fim de aprofundar os conhecimentos.
  • Atividades  de produção de textos orais: partilha de conhecimentos em rodas de conversa ou em forma de seminários;  debate a partir de textos literários, buscando os possíveis sentidos, a intencionalidade, as relações com a realidade.
  • Atividades de escuta respeitosa de textos: aulas expositivas, palestras, seminários, debates, vídeos, seguidas de registros escritos, em forma de resumo, relatórios.

Metodologia:

É importante tecer algumas considerações que condicionam a metodologia aqui concebida.
Para a criança,
o ato de ler é uma aventura fascinante, que lhe garante um novo domínio. A fascinação de exercê-lo torna-se ainda maior quando a criança descobre que, através da ficção e da poesia, encontra resposta às suas indagações interiores. Ao defrontar-se  com textos de valor estético e cultural, que traduzem o sentido da existência por engendrarem respostas a seus conflitos e emoções, a criança acrescenta um novo estímulo à sua vida (Saraiva, p.82).
Em muitos casos, a escola é o único espaço/lugar em que essas crianças terão contato com os textos literários. Portanto, deve assumir a responsabilidade de oferecer-lhes experiências significativas de leitura  que privilegiem o modo estético de representar o mundo e de trabalhar a linguagem.
Ainda, este plano de trabalho, entende que
relação com a literatura deve ser basicamente de fruição: cabe desfrutá-la satisfatoria e prazerosamente, livre de excessos de tecnicalidades. O importante é vivenciar a força existencial da representação estética e a beleza da construção do texto e do trabalho com a linguagem (Faraco, p. 7).
Essas ideias pressupõem o investimento na construção da autonomia dos alunos, problematizando a condição de simples repetidores de conteúdo e passando à condição de leitores, autores, pesquisadores - críticos e reflexivos -, não só sobre as questões de leitura e de literatura infantil, mas sobre o cotidiano. 

Ou seja, o conhecimento não é um produto fixo nem acabado; é construído num contexto de troca. O professor deve promover a aprendizagem, estimular o diálogo, provocar o surgimento de dúvidas, apoiar as reconstruções. Ao aluno, por sua vez, cabe uma postura ativa; deverá compartilhar, criar, interagir para compreender.

Para complementar, Cobo e Pardo mencionam as seguintes abordagens de aprendizagem: aprender fazendo, aprender interagindo, aprender buscando e aprender compartilhando.



Avaliação:

É um processo contínuo, em que serão diagnosticados os avanços e os limites e, a partir daí, estabelecidos rumos para superar esses limites. Para isso é fundamental, a participação do aluno e a interação com os colegas e com a professora.

Serão utilizados diferentes instrumentos para avaliar o aluno (individualmente ou em grupos): produção textual - resenha, relatórios, registros feitos nas aulas, portfólios ou diários virtuais; seminários: pesquisa, planejamento e participação; leitura expressiva de textos literários; contação de histórias; elaboração de planos de aula para  a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental. 


Referências bibliográficas:
  • BALDI, Elizabeth. Leitura nas série iniciais: uma proposta para formação de leitores de literatura. Porto Alegre, Projeto, 2009.
  • BORDINI, Maria da Glória e AGUIAR, Vera Teixeira. Literatura: a formação do leitor: altenativas metodológicas. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1988.
  • COBO, Cristóbal e PARDO, Hugo. Planeta Web 2.0 – inteligência colectiva o médios fast food. Grup de Recerca d'Interaccions Digitals, Universitat de Vic. Flacso México. Barcelona / México DF. 2007.
  • COELHO,  Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São paulo, Moderna, 2000.
  • DALLA ZEN, Maria Isabel (org.). Projetos pedagógicos: cenas de salas de aula. Porto Alegre, Mediação, 2009. 
  • FARACO, Carlos. Português: língua e cultura. Curitiba, 2003.
  • FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler - em três artigos que se completam. São Paulo, Cortez Editora & Autores Associados, 1991. 
  • ____________. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996.
  • HOFFMANN, Jussara.  Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre, Mediação, 1993.
  • JOLIBERT, Josette (org.). Formando crianças leitoras. Porto Alegre, Artmed, 1994.
  • LOIS, Lena. Teoria e prática da formação do leitor: leitura e literatura na sala de aula. Porto Alegre, Artmed, 2010.
  • NASPOLINI, Ana Tereza. Tijolo por tijolo: prática de ensino de língua portuguesa. São Paulo, FTD, 2009.
  • PARREIRAS, Ninfa. Confusão de línguas na literatura: o que o adulto escreve, a criança lê. Belo Horizonte, RHJ, 2009.
  • SARAIVA, Juracy (org.). Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano da ação. Porto Alegre, Artmed, 2001.


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1. Alun@s e colegas, é um plano, por isso em construção permanente! Conto com vocês!

Leiam, comentem, questionem... 

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